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DE FRENTE COM ALEX LECO CESAR - SURFISTA PROFISSIONAL

Nossa fotográfa e reportér de esportes naúticos Marisa Dantas, entrevistou com exclusividade o surfista profissional Alex Leco Cesar e pode nos proporcionar uma fantástica visão do mundo do surf profissional. Acompanhe na íntegra esta entrevista...

Marisa Dantas: Leco, conte me um pouco de sua história ,como e quando começou a surfar, alguem te incentivou, como foi?
Meu pai nasceu em Maresias, mas trabalhou e morou muito tempo em Santos, cidade onde nasci e tive meus primeiros contatos com o mar, o surfe com pranchas de isopor. Apenas brincadeira de criança. Sempre vinhamos a Maresias, passar fins de semanas, porém a viagem na época era longa, estrada de terra, trechos pelas praias, sempre uma boa aventura. Em 1988, meus pais resolveram se mudar definitivamente para Maresias, minha mãe abriu um restaurante em sociedade com minhas tias, o “Restaurante das Tias”. A partir dai, aos 11 anos de idade, estudando com a o resto da galera local, o surfe passou a fazer parte da minha vida. Depois da escola, ou até nas escapadas após a merenda na hora do intervalo a melhor brincadeira era surfar. Amigos com Flavio Tavares, Gilmar Pulga entre muitos outros eram os parceiros das sessions. Aos poucos, fomos ganhando pranchas que alguns surfistas que vinham da capital e nos deixavam de presente. A minha primeira prancha foi uma Twin, biquilha, nem cabia debaixo do braço.

Foto: Marisa Dantas (Photografer Professional)
Marisa Dantas: O que o surf proporciona como esporte para quem o pratica?
O surfe é um esporte maravilhoso, apesar de que os melhores mentos do surfe sejam vividos entre amigos, você não precisa de ninguém para se divertir, relaxar, se aventurar. É você e o oceano. Como benefícios físicos, o surfe promove a melhora postural, equilíbrio, condicionamento físico geral. O surfe te leva a situações e lugares diferentes a cada dia, proporcionando sempre novos desafios.

Marisa Dantas: O que te fez passar do shortboard para o longboard, qual a diferença entre as duas pranchas e modalidades na sua opinião?
Na verdade eu não deixei de surfar de shortboard, sou um atleta profissional de longboard, mas surfo com qualquer tipo de prancha. Eu particularmente penso que todo surfistas de verdade deveriam surfar com vários tipos de pranchas.
No Brasil há um conceito ultrapassado sobre o longboard, e o longboard é a essencia do surfe, mas por aqui a história não costuma ser valorizada. Entre minhas pranchas tenho algumas pranchinhas que uso, porém com menos frequência devido o profissionalismo no longboard. A dedicação ao longboard veio por acaso, eu trabalhava em uma oficina de pranchas e certo dia achei dois longboards quebrados no lixo em frente de casa. Levei para oficina e consertei junto com meu amigo Bola. A partir dai, passei a surfar em dias de ondas pequenas com o longboard e fui a cada dia sendo conquistado pelo surfe que ele me proporcionava.
O surfe de longboard, exige que o surfista respeite o tempo da onda, exige técnica e harmonia entre prancha, onda e surfista. Gosto muito da frase “Força não é nada sem controle”, acho que o longboard é bem retratado através desse conceito. Mas como citei antes, o surfe não se restringe a um tipo de prancha, surfar pode ser apenas um esporte para muitos, mas é uma grande e rica cultura.

Marisa Dantas: Quando voçê iniciou profissionalmente no surf e o que te levou a isso?
Comecei a competir de longboard em campeonato que realizamos em Maresias, eventos do Surfe Clube Maresias, era uma grande festa da galera local. A praia de Maresias foi o berço do “longboard moderno” em São Sebastião. A categoria passou a ser disputada no circuito local, após vários surfistas de Maresias começarem a se dedicar aos pranchões. Fui nesse embalo, Alexsandro Abolição e Carlos Bahia foram os primeiro nos circuitos paulista e brasileiro amador, chegando ao senário nacional e mundial com destaque para ambos. Com bons resultados no circuito municipal, passei a fazer parte da equipe Sebastianense. Segui o mesmo caminho, tendo minha primeira participação em eventos profissionais em 2000 durante o campeoanto Mundial realizado em Maresias,mas eu ainda não me dedicava totalmente ao longboard. Em 2004, tive minhas primeiras participações no circuito paulista e brasileiro profissional, porém só passei a disputar o circuito na integra a partir de 2006, quando passei a figurar entre os 16 melhores surfistas do circuito brasileiro (top 16).

Marisa Dantas: Como ganha a vida com o surf, voçê consegue viver bem financeiramente, é uma carreira curta, longa, tem dificuldades, como é o mundo do surf, e o que voçê tem em mente com relação a isso futuramente?

A vida no surfe é muito boa, porém não é facil. Boa porque envolve uma atividade mágica, que amamos praticar, ver, viver. Mas não é fácil por questões de mercado, para atletas os patrocínios são poucos (como na maioria dos esportes no Brasil). No longboard a situação é ainda mais complicada, o mercado brasileiro não valoriza a categoria, vivemos um momento de crescimento, com as mídias proporcionando mais espaço, mas ainda longe de um condição digna.
Um número muito pequenos entre os melhores longboarders do Brasil, vivem exclusivamente de suas atividades como atleta. Todos necessitam de fontes de renda paralela. Fator que compromente o desempenho de um atleta quando falamos de alto rendimento.
No longboard a carreira como atleta pode ser bem mais longa do que no surfe de pranchinha. Porém exige cada vez mais dedicação dos mais experiêntes em relação a preparação física e o uso da estratégia. O Brasil é um grande celeiro de longboarders e a molecada vem chegando com tudo.
Eu pretendo estender minha carreira como atleta ao máximo, no circuito você vive experiências muito boas, as viagens, as roubadas, novos amigos, lugares. A idéia de viajar para surfar de forma profissional é muito boa. Procuro ser um profissional “polivalente”, visto a camisa das empresas que me apoiam, busco sempre divulgar minhas ações para que esses parceiros tenham sempre o máximo de retorno e possam extrair resultados do investimento feito na minha imagem.

Marisa Dantas: O que você recomenda para quem quer iniciar profissionalmente no surf, de algumas dicas. Muitos passam pelos circuitos, mas nem todos permanecem. Os resultados são importantes, mas suas atitudes diárias valem muito mais quando se pensa em ser um profissional do esporte (atleta). Se quiser permanecer nos circuitos, é preciso encarar as competições como trabalho, não como passeio. Participar de eventos regionais é o primeiro passo, bons resultados podem ser fatores determinantes para se pensar em investir em eventos maiores, principalmente em função dos custos financeiros.


Marisa Dantas: E quais são os melhores picos de surf na sua opinião aqui no litoral norte de São Paulo?
O litoral norte de São Paulo se concentram as melhores ondas do estado e algumas são as melhores do Brasil. São muitas opções, mas vou tentar citar umas e prefito não citar outra(rs). Em São Sebastião, Maresias, Paúba e Baleia são realmente diferênciadas. A Ilha Bela abriga três excelentes picos, com nível internacional. Caraguá, depende de ondulações de Leste e mesmo que esporadicamente Massaguacu e Martin de Sá são dois picos com potencial. Ubatuba tem uma infinidade de praias, Itamambuca, Vermelha do Norte, Praia Grande entre muitas outras. São muitas praias com ondas das mais diversas características, a questão é estar no lugar certo na hora certa e   com a ondulação correta. Big Aloha! Boas ondas!

Alex Leco Cesar 33 anos, surfista profissional Atleta, árbitro e instrutor de surf residente na praia de Maresias litoral norte de São Paulo.

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